quarta-feira, 16 de julho de 2008

Script para a "Trilogia do Diabo"

Parte 1

Um ladrão com um revólver invade uma casa. Não há ninguém na casa. Ele passa pela sala, mexe em algumas coisas, abre gavetas, procura algo. Vai à cozinha. Abre a geladeira e vê que tem um sanduíche de pão francês. Dá uma mordida e deixa o sanduíche lá. Quando ele se vira, ele toma um susto, porque viu sobre a mesa um sapo de cerâmica (um bibelô).

A arma cai. Ele olha assustado e aos poucos toma coragem para chegar perto. Ele segura o sapo, vira de ponta cabeça. O sapo é oco e tem um buraco embaixo. O ladrão põe a mão lá dentro e tira uma nota de 1 real. Guarda a nota no bolso, põe o sapo de volta sobre a mesa e caminha tremendo de volta para a sala. Lá, ele toma outro susto, muito maior, e grita.

O Diabo está na sala, sentado, lendo jornal. O ladrão cai no chão, está com medo, e grita para o Pé-cascudo: "o que você está fazendo aqui?! o quê?! não!!". Ele volta para a cozinha, apanha a arma e, quando chega na sala pronto pra matar o Capeta, este desapareceu. O ladrão apavorado foge correndo da casa.

Enquanto corre, na calçada, o Cramulhão sai de trás de um poste e passa uma rasteira nele. Ele cai e desmaia. O Belzebu pega a nota do bolso do ladrão e a estende (estava dobrada). Nela lemos: o fim.

O Coisa-ruim caminha e deixa o ladrão no chão.

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Parte 2

Um homem chega bêbado na casa do episódio anterior. Muito bêbado, cantando e andando torto na rua, é acompanhado de uma amigo, que vai embora. O homem tenta abrir a porta, mas não consegue. A luz da casa se acende por dentro. A porta se abre, uma mulher aparece com uma mala e joga sobre o homem: "Não me volte mais aqui". Ela o enxota da porta da casa com uma vassoura.

O homem resignadamente anda pela rua, a mulher fecha a porta. Ele bate nos bolsos e se dá conta que está sem sua carteira. Ele volta, mas antes de chegar na porta, a mulher já está jogando a carteira nele. Ele a pega do chão, guarda no bolso e vai embora. Vai pra um bar e bebe muito mais. Acaba por resolver voltar pra casa.

Quando está chegando, vê que um carro está parando bem na porta da sua casa. Ele resolve se esconder atrás de uma árvore e ficar de tocaia. O carro pára e buzina. A luz do carro se acende e vemos o Tinhoso. A porta da casa se abre, a mulher fica parada na porta. O Demo vai até ela. Eles se beijam na boca e entram. O homem fica perplexo.

Algum tempo passa. A porta da casa se abre e o Tição sai, após trocar carícias com a mulher, que fica na casa. O Mal-encarado entra no carro e a mulher fecha a porta. Quando o Satanás vai pôr o cinto de segurança, o homem se ergue do banco de trás - ele estava lá escondido. Ele dá uma chave de pescoço em Lúcifer e o asfixia.

Ele arrasta o Beiçudo até o porta malas e o joga lá dentro. Mexe no bolso do Cão, rouba a carteira e volta para dentro do carro. Acende a luz e vasculha a carteira. Encontra uma nota de 1 real. Está escrito nela: o fim. Ele guarda a carteira, apaga a luz, dá partida e vai embora.

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Parte 3

A mulher agora anda pela rua, passeando. Num cruzamento, ela vê um trabalho de macumba: prato com
arroz, frango, farofa, velas. Além disso, uma máscara de demônio. Ela olha para os lados, para ver se está sendo observada, e pega para si a máscara.

Ela chega na sua casa e vai ao banheiro. Dá uma ajeitada nos cabelos e veste a máscara. Fica se admirando no espelho. A partir daí não tira mais a máscara. Escova os dentes com a máscara. Sai do banheiro e vai para a sala. O telefone toca. É a mãe da mulher:

- Minha filha, tá tudo bem contigo?
- Sim.
- Da última vez, tu parecia tão fraquinha... tu tá comendo direitinho?
- Ai, mãe, deixa.
- Tu precisa se recuperar, filha...
- Tá bom, mãe, deixa eu ir agora... tchau. - desliga o telefone.

Vai para a cozinha. O sapo de cerâmica está na mesa. Ela não dá bola. Pega na geladeira presunto e queijo. Há um único pão num saco. Ela percebe que está muito duro e que não vai poder fazer um sanduíche. A campainha toca. Ela vai até a porta atender. É um mendigo:

- Pois não?
- A senhora poderia por favor aceitar um pãozinho do pobre mendigo?

Ele passa pra ela um pão. Ela aceita e ele vai embora. De volta à cozinha, ela vai preparar o sanduíche. Fatia o pão, e de dentro sai uma nota de 1 real, em que se lê: o fim.

Ela pega a nota, enfia no sapo de cerâmica, faz o sanduíche, abre a geladeira pra guardar o presunto e o queijo. O telefone toca novamente. Com pressa para atender, ela guarda o sanduíche também. Sai de cena.

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